a (im)probabilidade do amor
Sete mil e quinhentos milhões menos um
e, num acaso, viste o meu anúncio:
procura-se a praia do lugar remoto, do instante remoto.
Na curva do espaço e na lonjura do tempo
a praia foi a casa do sol nascente,
orgia subatómica em parte incerta.
Do mais profundo vazio,
dos confins da matéria e do entendimento,
chegaram moléculas por correio
e entrelaçaram-se dois fragmentos de loucura.
A casa foi quarto e cama,
abismo e mergulho em escuridão
Entre o deserto do dorso à mão
e a demora da palavra ao pensamento
acabou o tempo da viagem
e o mar desapareceu.
O quarto foi soleira e degrau.
Ficou o entrelaçamento,
Praia, deserto e eternidade.
(Moscavide, 28 de agosto de 2018 )
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